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Primórdios da Navegação na Baía de Guanabara

Artigo escrito pelo historiador MILTON M. TEIXEIRA
19 DE JULHO DE 2016

Os primeiros navegantes da Baía de Guanabara foram os índios tamoios. Com efeito, relatos dos jesuítas contam que estes navegavam em canoas feitas com cascas de árvores, capazes de transportar cinqüenta pessoas mais armamentos. Essas canoas causaram grande transtorno aos portugueses nos primeiros tempos e, quando Estácio de Sá as enfrentou numa batalha perto do Morro da Glória, foi ferido de morte por flecha perdida, a 20 de janeiro de 1567.

Após a conquista da Baía pelos portugueses, os jesuítas se utilizaram das canoas indígenas por muitos anos. Depois vieram os barcos e faluas portuguesas, conduzidos por escravos. Uma ida ao outro lado da baía demandava umas quatro horas, com tempo bom. No século XVIII, existiam botes que ligavam diversos pontos do litoral da cidade, de Botafogo à Zona Norte. Somente em 1817 o Rei D. João VI concedeu a dois ingleses, William Spencer e Charles Nicoll, o privilégio de exploração do transporte pela Baía de Guanabara em barcas a vapor, iguais a que existiam nos rios Tamisa, Hudson e Sena. Entretanto, na única experiência realizada, a barca afundou perto da Ponta da Armação, em Niterói, e a concessão caducou.

Em 1821 estabeleceu-se um serviço de navegação a vapor entre o Rio e a Praia Grande, com a barca Bragança. Era muito eficiente, e, por algum tempo, também transportou passageiros para Paquetá e Ilha do Governador, mas, quando se deu a Independência do Brasil, D. Pedro I a requisitou em 1823 para transportar tropas para a Guerra de Independência na Bahia. Lá suas máquinas ficaram arruinadas e não foram mais reparadas.

No dia 14 de outubro de 1835 começou, afinal, um serviço regular de barcas a vapor entre o Rio e o outro lado da baía, com três barcas inglesas armadas em iate, da Companhia de Navegação de Niterói, denominadas Praia Grandense, Niteroiense e Especuladora. Possuíam acomodação para 200/250 pessoas e viajavam de hora em hora, das 6 da manhã às 6 da tarde, fazendo a travessia em 30 minutos.

No Rio, o molhe de atracação ficava na Praia de Dom Manuel (hoje Rua de Dom Manuel!), e em Niterói na Rua da Praia, em frente à antiga Rua do Imperador (hoje Marechal Deodoro). No dia 23 de maio de 1844, às 5 horas da tarde, explodiu as caldeiras da barca Especuladora pouco depois de largar do Rio, perecendo no sinistro cerca de 70 pessoas. Após a catástrofe o Governo determinou vistorias mensais nas máquinas de todas as barcas. Somente em 1851 foi comprada nova barca, a Niterói, a qual era muito veloz e fazia o percurso da baía em apenas 22 minutos.Nesse mesmo ano foi fundada a Companhia Inhomirim, que explorava a navegação a vapor entre o Porto das Caixas e Estrela, no interior da baía. Logo depois obteve permissão para estender seus serviços até Niterói, com escala em São Domingos.

Em 1852, as duas empresas se fundiram, surgindo daí a Companhia de Navegação de Niterói e Inhomirim, que explorava múltiplas linhas, com seções para Barreto, Ilhas de Paquetá e Governador, Rio Inhomirim e, ainda, para os bairros de São Cristóvão e Botafogo, no Rio.

A 5 de junho de 1858 o Governo Imperial concedeu ao Dr. Clinton Van Tuyl, ou à empresa que organizasse, privilégio para um serviço de comunicações entre as cidades do Rio de Janeiro e Niterói, por meio de barcas a vapor do sistema ferry. Organizada a Companhia Ferry, seu serviço foi inaugurado na manhã de domingo, 29 de junho de 1862, com três barcas norte americanas, providas de grandes rodas, com duas proas e capacidade para 300 pessoas, podendo ainda levar carruagens e seus animais. As barcas eram denominadas de: Primeira, Segunda e Terceira, sendo que a família Imperial tomou assento na Segunda. A barca Primeira se atrasou, pois abalroou um patacho, chocou-se contra um flutuante e quase afunda um escaler. A Segunda, que em verdade foi “primeira”, navegou num mar de rosas, tendo aportado em São Domingos, onde o Imperador foi recebido pelo Presidente da Província, Luís Alves Leite de Oliveira Belo, e outras autoridades. Depois de excursionar por Niterói, D. Pedro II retornou ao Rio na barca Terceira. A Companhia Ferry era tão eficiente que seu concorrente, a Companhia de Navegação de Niterói e Inhomirim não resistiu à competição e suspendeu os serviços em fins de 1865.

Pouco depois, a Companhia Ferry pôs em serviço mais duas barcas: a Quarta e a Quinta, e, mais tarde, a Sexta e a Sábado, estendendo o horário do serviço até às 11:30h da noite.

Em 1870 surgiu a Empresa Fluminense, fundada por Carlos Fleiuss, mas logo depois foi vendida para a Companhia Ferro-Carril Niteroiense, sendo afinal absorvida pela Companhia Ferry em junho de 1877. Com mais barcas, a companhia estendeu seus serviços até a Ilha de Paquetá. A 1o. de outubro de 1889, ela se incorporou à Empresa de Obras Públicas no Brasil, organizando-se então, a Companhia Cantareira e Viação Fluminense, com a finalidade de explorar, não só a navegação a vapor na Baía de Guanabara, como os serviços de abastecimento d`água e de bondinhos de burro em Niterói. Teve longa vida essa companhia, sendo apenas extinta na década de 1950.

Por ocasião da Revolta da Armada na Baía de Guanabara, em 1893/4, a barca segunda foi afundada por um tiro de canhão, ficando suspensos os serviços marítimos por quase seis meses. Aproveitou a Companhia para reformar as barcas e dota-las de luz elétrica. Um defeito nesse sistema ocasionou um grande incêndio na barca Terceira, ao anoitecer do dia 6 de janeiro de 1895, próximo a São Domingos, perecendo no sinistro 80 pessoas.

Outro grande incidente ocorreu na tarde do dia 26 de outubro de 1915, quando a barca Sétima (a sábado já havia sido retirada de serviço) afundou ao bater num recife submerso. Na ocasião, ela transportava 328 alunos do Colégio Salesiano de Santa Rosa, Niterói, matando 7 estudantes de doze a quinze anos e um seminarista, o professor Otacílio Nunes.

Em 1958, a Companhia Cantareira e outras foram adquiridas pela Família Carreteiro, proprietária da Frota Barreto, a penúltima empresa particular que operou o transporte de massa entre o Rio e Niterói. A queda de qualidade dos serviços da Frota Barreto motivou grande revolta popular em 1959, quando a antiga estação hidroviária de Niterói foi incendiada e depredadas várias barcas, em tumultos que duraram alguns dias.

Depois da revolta, houve uma intervenção federal na empresa que durou cinco anos, após o que os transportes marítimos de massa pela baía foram estatizados e mantidos pelo Serviço de Transportes da Baía de Guanabara (STBG), depois CONERJ, até que a 12 de fevereiro de 1998 o controle acionário

passou para um grupo de empresas privadas pelo prazo de 25 anos renováveis, surgindo daí a empresa BARCAS S/A, a qual, presentemente, opera cinco linhas, com quinze lanchas, dois catamarãs e quatro barcos; possuindo quatro estações, pelas quais passam em média 70 mil 

passageiros/dia.

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Arco do Teles: uma passagem pela história da cidade

Construído no século XVIII, para ligar a antiga Praça do Carmo, hoje Praça XV, à Rua da Cruz, atual Rua do Ouvidor, o Arco do Teles fazia parte da residência da família Teles de Menezes, proprietária dos prédios no local. Daí o nome.

O Arco do Teles, o último de todos os arcos que existiram na cidade, foi construído pelo engenheiro militar José Alpoim

Na época dos vice-reis, o Arco já era frequentado por muita gente. Principalmente pelos quem iam prestar devoção à Nossa Senhora do Prazeres, cuja imagem existia em um nicho no seu interior. O Arco do Teles foi o que restou do conjunto arquitetônico, após um incêndio no dia 20 de julho de 1790, o incêndio destrói as construções ali existentes em 1790, quando se perderam importantes documentos do Senado da Câmara, que funcionava ali. A reconstrução foi imediata e ainda preservou um dos monumentos mais expressivos da arquitetura colonial presente no sítio do antigo Terreiro do Paço e influência portuguesa no Rio.

Entre os papéis perdidos estavam toda a documentação referente aos primórdios da cidade, inclusive os recibos e cobranças de foros (algo parecido com o IPTU) e os registros gerais de imóveis.

Hoje, andar pelo Arco do Teles, seguindo a Travessa do Comércio, é fazer uma viagem no tempo. É sentir um pedacinho do Brasil Imperial, mas repleto de bares e restaurantes com suas fachadas preservadas. O local é exclusivo para pedestres, remetendo ao calçamento antigo feito com pedras.

Cruzar o Arco do Teles, seja durante a semana para realizar alguma tarefa do dia a dia, ou para comer em um restaurante local, ou num final de semana para caminhar pela história do Rio , da nossa Cidade Maravilhosa.

Agora, já os foliões do bloco de Carnaval “Boitatá”é quem sabem aproveitar o clima do Local, ao reviverem todos os anos esse “Rio antigo”, quando saem para o desfile na cidade do Arco do Teles com marchinhas e fantasias do passado.

Posso afirmar, que o a Região do Arco do Teles, é um dos melhores endereços para se marcar um “happy hour”, o Arco do Teles agrada a cariocas e turistas. Um lugar para se beber, comer, bater papo e ouvir boa música, tendo a história da cidade como cenário.

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Muhcab

Muhcab exibe grafite ‘Mural das Lutas Afro-brasileiras’, com verdades sobre a escravidão e abolição no Brasil.

Espaço dedicado a pensar a história da escravidão, buscando reflexões sobre a complexidade do tema e suas consequências na atualidade, o Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), da Secretaria Municipal de Cultura, inaugura o “Mural das Lutas Afro-brasileiras”, um grafite da pela Cia Teatral Queimados Encena, de Queimados, feito com recursos da Secretaria de Estado de Cultura (edital Rua Cultural). Assinam este trabalho três grafiteios: Cazé (Negro Muro), Juliana Fervo e Kajaman, que iniciaram a obra no Muhcab e terminaram na Praça Brinx, no Morro da Providencia. São 100m2, sendo 70m2 no Muhcab e 30m2 na Providência.

Idealizado por Leandro Santanna, diretor do Muhcab, para ser mais uma frente do educativo do museu e discutir o processo escravagista e de abolição no país, o “Mural” traduz lutas e revoltas que ocorreram no país. A pesquisa é de Rajão Negro Muro, e a curadoria, de Mariana Maia.

“Para que a gente conseguisse a libertação. Os artistas criaram cenas e personagens importantes neste processo, como por exemplo a Revolta dos Malês e uma revolução em Paraty, com Manuel Congo e Marianna Crioula, celebrando a imagem e a memória de heróis e heroínas que lutaram pela conquista da liberdade no Brasil”, diz.

O projeto contribui para a educação das relações étnico-raciais através de uma importante revisão de nossa história e tecendo maior sentimento de representatividade nas populações afrodescendentes. Verdades sobre a escravidão e abolição no Brasil.

Muhcab: Rua Pedro Ernesto 80, Gamboa.
Qui a sáb, das 10h às 17h. Grátis.
Livre.

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Mosteiro de São Bento

⛪ Fundado em 1590 por monges vindos da Bahia, o Mosteiro Beneditino do Rio de Janeiro foi construído a pedido dos habitantes da recém-fundada cidade de São Sebastião.

🙏🏻 Em pleno centro da grande metrópole, conserva-se como um lugar de silêncio e oração. A visita é restrita à Igreja Nossa Senhora de Montserrat, anexa ao Mosteiro.

Detalhes como o portão em ferro art nouveau e os altares em jacarandá cobertos por ouro são impressionantes.

De segunda a sexta, às 7h30, são realizadas missas solenes com canto gregoriano, que também acontecem aos sábados, às 8h, e aos domingos, às 10h.

🎯 O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro fica na Rua Dom Gerardo, 68 – Centro.

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Restaurante Estação Baião de Dois

´É um restaurante de comida nordestina no Rio de Janeiro.

http://www.baiaodedois.com.br

Matriz São Cristóvão: goo.gl/DxQ5pA
Filial Tijuca: goo.gl/m65fsf
Express Shopping Nova América: goo.gl/q9ZzwY

(21) 3579-8465

baiaotijuca@baiaodedois.com.br

Segunda:FECHADO
Terça:11:00 às 16:00, 11:00 às 00:00
Quarta:11:00 às 16:00, 11:00 às 00:00
Quinta:11:00 às 16:00, 11:00 às 00:00
Sexta:11:00 às 00:00
Sábado:11:00 às 00:00
Domingo:11:00 às 00:00