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G.R.E.S. Mocidade de Padre Miguel – 1955

Maracanã do Samba

Principal agremiação do bairro, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel foi criado em 10 de novembro de 1955, com as cores verde e branca, a partir de um time de futebol amador, o Independente Futebol Clube.

Seu primeiro desfile aconteceu no carnaval seguinte. Três anos depois, a bateria da escola já se destacava, graças à famosa “paradinha” lançada por Mestre André e logo copiada por outras escolas de samba.

Em 2012, a Mocidade inaugurou sua nova quadra, que fica na Avenida Brasil, 31.146 no Bairro de Padre Miguel e é a maior da cidade.

Com capacidade para 12 mil pessoas, recebeu o apelido de Maracanã do Samba.

Mas a escola de samba não é a única do bairro: em branco e vermelho, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Padre Miguel foi fundado em 12 de novembro de 1957.

Muitos dos sambistas da região têm sua história pessoal ligada ao conjunto residencial Cardeal Dom Jaime Câmara, o maior do estado e que, durante anos, foi também o maior da América Latina. Localizado entre os bairros de Padre Miguel e Bangu, é considerado um sub-bairro. Construído durante a gestão do governador Carlos Lacerda (1960-1965), o conjunto recebeu parte da população removida de favelas do Leblon, Lagoa e Maracanã. Em um conjunto vizinho ao Jaime Câmara, do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), fica um dos centros de cultura mais representativos da Zona Oeste: o Ponto Chic. Considerado pela Prefeitura um Ponto Carioca, o Ponto Chic é, na verdade, a concentração dos moradores na Rua Figueiredo Camargo para curtir, além do samba nos ensaios da Mocidade Independente, outros movimentos culturais de resistência. Como o baile charme, estilo assim batizado pelo DJ Corelo, nos anos 1980, sendo uma vertente mais melódica do soul norte-americano. O evento acontece há 16 anos no segundo sábado do mês, a partir das 15h, com classificação livre e entrada gratuita. A festa Dinossauros da Black Music atrai, ainda, os fãs de hip-hop e de soul music. Fora os ensaios dos blocos de carnaval das cercanias, como o 10+ Malandros.

A primeira apresentação da Mocidade, restrita às ruas da região, aconteceu no Carnaval de 1956. A partir de 1959, sua bateria, ao apresentar a tradicional “paradinha” desenvolvida com desenvoltura por Mestre André, se transformou em uma das grandes atrações do Carnaval Carioca.

Em 1979, a escola conquistaria seu primeiro título de Campeã do Grupo 1 com o enredo “Descobrimento do Brasil”. Sua quadra fica próxima ao viaduto de Padre Miguel, construído na década de 1990, e à comunidade Vila do Vintém – também conhecida como comunidade Moça Bonita – originalmente uma área vazia, pantanosa e com matagal, cujo início de ocupação ocorreu por volta de 1920.

Avenida Brasil, 31.146- Padre Miguel

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Adutora Veiga Brito

Adutora Veiga Brito

O Aqueduto do Catonho é a parte visível da Adutora Veiga Brito ou Túnel do Lacerda, antes Adutora do Guandu, considerada a “obra do século” e tinha como perspectiva abastecer a população até o ano 2000.

 

Seu percurso tem aproximadamente 34 Km com partes escondidas e outras expostas, iniciando na Elevatória do Lameirão (Santíssimo), cruzando o Jardim Sulacap e outros bairros, até o Jardim Botânico. A Adutora supera os 13,2 Km da Ponte Rio-Niterói.

Das três pontes-canais, a maior é a do Catonho, com 246 metros de extensão e um declive de 0,84 metros. A ponte da Cachoeira tem 164 metros e a do Governo (Realengo) tem 205 de extensão. Após o Catonho, o aqueduto segue em direção a Praça Seca, indo pelo subterrâneo até o Jardim Botânico.

Nos anos 60, toda a população sofria. Uma bomba d’água foi colocada para abastecer as ruas mais altas. Aliás, não só os moradores do Jardim Sulacap, mas os cariocas em geral sofriam com a falta de água. Hoje em dia, 97,33% dos moradores possui serviço de abastecimento de água adequado em Jardim Sulacap, segundo IBGE de 2010.

O Corvo, como o governador Carlos Lacerda era chamado por alguns, foi acusado na época de acelerar a obra a fim de “render dividendos eleitorais”. No Jardim Sulacap, o governador inaugurou a “fase terminada da obra” do Aqueduto do Catonho em 1965.

Aqueduto Veiga Brito – Uma das maiores obras de seu tempo o aqueduto faz parte da importante rede que abaste a cidade do Rio de janeiro e cruza parte do Parque Estadual da Pedra Branca.

Essa Adutora, é em sua maior parte subterranea, ou encravada em montanhas sendo visivél somente em Senador Camará (Viegas), no Realengo (Barata) e no Catonho.

Referências

CORREIO DA MANHÃ. Obra do século. Rio de Janeiro, 1963. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_07&pagfis=90608&pesq=&url=http://memoria.bn.br/docreader#

PASSOS, Carlos Eduardo Lima. Consumo de água e tarifa social em áreas de baixa renda… Dissertação de mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Ambiental. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em: http://www.peamb.eng.uerj.br/trabalhosconclusao/2010/CarlosEduardoLimaPassosPEAMB_2010.pdf

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Buraco do Faim

Dr. Faim Pedro, que deu o nome ao Buraco do Faim, ele era médico e vereador do bairro!

Na linha de trem da zona da Leopoldina são vários buracos dessa época do final do Século XIX, são provas vivas da expansão da linha férrea no Segundo Reinado e consequente urbanização dos bairros do subúrbio.

O grande meio de transporte que se anunciava era o trem. Não havia engenharia para a construção de passarelas sobre a linha férrea.

O Buraco data da época imperial, 7 anos antes da Abolição da Escravatura e 8 anos antes da Proclamação da República. Testemunhou grandes fatos da história como pode ser visto no marco em estereotomia com  a inscrição que diz “E.F.D.P. II.1881″(Estrada de Ferro Dom Pero II – ano 1.881).

Este senhor da foto é o Dr. Faim Pedro, que deu o nome ao Buraco do Faim, ele era médico e vereador do bairro! Existem uma rua e uma clínica da família ambos em Padre Miguel com seu nome em sua homenagem.

Na foto postada, aparece o Presidente Juscelino Kubitschek, que visitou o bairro e a Fábrica Bangu, em 06 de Setembro de 1956. Da esquerda para a direita, aparece o Dr. Faim Pedro, médico e vereador do bairro, de terno escuro e bigode.

O que poucos sabem é que o Dr. Faim, famoso pela passagem de nível (Buraco do Faim) era casado com Adélia Ribeiro de Andrade, filha do professor Timóteo Ribeiro de Andrade, criador do primeiro grupo escolar de Bangu, e que foi chamado de Ribeiro de Andrade, dando origem à rua do mesmo nome. Não bastasse, Dr. Faim, era sogro de Antenorzinho, um dos grandes presidentes do Bangu Atlético Clube, e filho do jogador do Bangu Antenor Mascavinho.

Referência: AcervoBanguRJ

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José Mauro de Vasconcelos (1920 – 1984)

José Mauro de Vasconcelos nasceu em Bangu, em 26 de Fevereiro de 1920.

Filho de Estefânia de Vasconcelos e de Paulo de Vasconcelos.

Autor do livro “Meu pé de Laranja Lima”  e de mais outros 20 romances.

Iniciou os estudos na Escola Martins Júnior em Bangu. Filho de família muito pobre, a ponto de ainda menino, ter de viver com os tios em Natal no Estado do Rio Grande do Norte.

“O Meu Pé de Laranja Lima” onde ele conta sua infância ocorrida em Bangu, foi escrito em doze dias. (“Porém estava dentro de mim há anos, há vinte anos”, declarou José Mauro em uma entrevista).

E o livro publicado em 1968, conquistou os leitores brasileiros do Amazonas ao Rio Grande do Sul, quebrando todos os recordes de vendagem.

Além, de escritor José Mauro de Vasconcelos foi artista plástico, ator de teatro e de televisão. Ganhou prêmios como coadjuvante em “Carteira Modelo 19” e como ator em “A Ilha” e “Mulheres e Milhões”.

Vale ressaltar que “O Meu Pé de Laranja Lima” também foi novela em televisão e enredo do G.R.E.S. Mocidade Independente de Padre Miguel.

“José Mauro de Vasconcelos, nasceu em Bangu, Rio de Janeiro/RJ – 26 de fevereiro de 1920 e morreu em São Paulo/SP – 24 de julho de 1984”.

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Parque Municipal Fazenda de Viegas

Espaço de lazer na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o Parque Municipal Fazenda de Viegas proporciona uma viagem pela história carioca, além de permitir a seus visitantes um contato mais próximo com a natureza, em uma área preservada da Mata Atlântica.

Construída juntamente com a capela de Nossa Senhora da Lapa, em 1725, a fazenda era um dos principais estabelecimentos rurais da cidade, sendo um dos primeiros a substituir o plantio do açúcar pelo café. Quando este entrou em declínio, foi na propriedade que teve início a construção do ramal ferroviário de Santa Cruz e a implantação da Companhia Progresso Industrial do Brasil, a Fábrica Bangu.

Tombada pelo Patrimônio Histórico desde 1938, a propriedade, em Senador Camará, foi transformada em Parque Municipal em 1996. Além das construções, típicas do Brasil colônia, o local possuí elementos nativos da fauna e flora da Mata Atlântica, como o ipê-amerelo e o pica-pau-do-campo.
Horário(s) Segunda a sexta, 8h às 17h.

Endereço:

Rua Marmiari, 221, 21831-000

Rua Helio Lobo, S/n – Senador Camará

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Fazenda do Viegas

Engenho da Lapa, ou mais conhecido como Fazenda do Viegas, é uma obra arquitetônica pertencente ao período colonial setecentista brasileiro, construída em meados do séc. XVIII e localizado na rua Marmiari, 221, Senador Camará, na antiga estrada Rio-São Paulo.

A Fazenda do Viegas foi a sede do antigo Engenho da Lapa, fundado pelo colonizador Manuel de Souza Viegas, que deu nome ao morro, ao caminho, à estrada e, consequentemente, a fazenda no século XVII.

No ano de 1725 a fazenda sofreu sua primeira alteração em relação a sua arquitetura original, com a construção da Capela de Nossa Senhora da Lapa. No decorrer do tempo, a fazenda foi tornando-se famosa pelos seus equipamentos, dentre eles, o Engenho da Lapa, o qual produzia semanalmente 22 caixas de açúcar de 50 kg e 1.000 litros de aguardente.

Em 1777, o Engenho da Lapa foi considerado o segundo engenho açucareiro mais importante da região na então freguesia de Campo Grande.

A propriedade rural começou suas atividades agrícolas com a produção de cana-de-açúcar, que perdurou por quase 80 anos. Entretanto, com o surgimento da cafeicultura no início do século XIX, a fazenda mudou seu cultivo, o que a tornou uma das precursoras da produção do café no Brasil.

No ano de 1938, a edificação e a Capela anexa foram reconhecidos como patrimônio histórico.

Entre 1940 e 1941, foi restaurada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Posteriormente houve uma reforma da edificação pela Prefeitura. Em 1999, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente do Rio de Janeiro promoveu a revitalização e o isolamento do local, consolidando-o como uma importante área verde.

O Engenho da Lapa, segundo Augusto da Silva Telles, não está vinculada a nenhum fato histórico marcante, além da grande produção de açúcar e café na época colonial brasileira.

Atualmente, a Fazenda do Viegas está em mal estado de conservação, estando ela totalmente depredada e abandonada.

Características Arquitetônicas
A construção rural da fazenda possuí a maioria das características de uma casa rural colonial setecentista brasileira. Sua composição formal das fachadas, da planta e de sua volumetria são expressas por sua austeridade e simplicidade da sua forma, que são inscritas e compartimentadas a partir de figuras geométricas quadrangulares.

No caso da Fazenda do Viegas, ela apresenta uma conformação volumétrica retangular, sendo ela assentada pesadamente sobre terra, desenhando um espaço prismático e com uma horizontalidade marcante, que acentua-se ainda mais pelo telhado de quatro águas, que se apoiam no perímetro da casa.

O corpo das casas rurais brasileiras no século XVIII, apresentavam um tratamento austero, com simplicidade construtiva, chegando até a uma certa rusticidade, possuindo esquadria sóbrias e ausência de revestimentos nobres. Seus cômodos internos possuíam forros de madeira, paredes caiadas e piso em tábua de madeira.

Além das características genéricas das casas rurais setecentistas brasileiras, a Fazenda do Viegas, apresenta algumas características particulares quanto a sua morfologia, tipologia, planta, fachadas e sua capela.

Morfologia: A casa foi assentada a meia encosta, em aclive, aproveitando assim sua parte frontal térrea, para meio-porões, que eram usados como depósitos, fechados em alvenaria com portas independentes a casa. Isso possibilitou o nivelamento da residência em um pavimento elevado e plano, anulando assim os desníveis que estaria presentes internamente a moradia. Esse tipo de assentamento acabou desenhando uma casa com composição em dois pavimentos na fachada frontal, enquanto nas fachadas laterais e posterior apresente apenas um pavimento.

Tipologia: Sua tipologia clássica da casa rural setecentista brasileira, define-se a partir da varada frontal alpendrada, com colunas de fuste de secção circular, em alvenaria, apresentando uma inspiração na ordem toscana. Além disso, podemos perceber nestas casas a presença de pátio interno, também alpendrados, escada externa e a capela.

Planta e organização espacial: A fazenda possui uma planta que se desenvolve em torno de uma grande sala central, com cômodos menores nos módulos laterais, sendo estes quartos e/ou alcovas. Sua grande varanda frontal, serve como acesso principal, sendo também a ligação privada a capela, através do coro. Sua varanda posterior ocupa apenas o módulo que seria correspondente a sala, dando acesso a um pátio aos fundos da casa. Neste caso particular, são encontrados cômodos no corpo principal da residência, porém apenas com acesso externo, seja ele, pela varanda frontal, pelo pátio ou até mesmo pelos fundos.

A entrada principal a residência se dá diretamente pela grande sala central, que funciona como principal dispositivo de distribuição, dando acesso aos cômodos laterais, tornando-se ponto inevitável na circulação. Ao longo dos anos, acredita-se que a casa sofrera certas mudanças em torno do pátio dos fundos, no qual aparecem cômodos sem comunicação direta com a sala. Essa distribuição sugere que tais cômodos fossem dedicados a serviços e armazenagem.

O acesso a varanda principal era inevitavelmente dado pelas escadas e rampas de acesso, sendo este um dos elementos mais importantes da composição formal das fachadas das casas rurais deste período. No caso do objeto de estudo, sua escada possuía poucos degraus, semicirculares na base, seguida de uma rampa, construída em alvenaria e assentada diretamente sobre a terra acumulada acompanhando a inclinação do terreno, até chegar na extremidade da varanda.

Sua organização espacial ainda continha um pátio interno, característico da maioria das casas setecentistas. A composição aberta destes pátios formou uma solução que proporcionou aos cômodos internos iluminação natural, areação e ventilação, tornando assim o ambiente agradável ao conforto térmico ambiental. Ele, assim como a varanda frontal da fachada principal, possuía alpendres que recebiam uma atenção estética da ordem toscana. Este pátio funcionava também como circulação, pois dava acesso aos cômodos internos da casa que eram distribuídos ao seu redor, definindo um partido particular, centrado, ou seja, voltado para o núcleo central da casa, no qual acarretou em uma tipologia em forma de “U”, pois o pátio possui um dos lados abertos a parte posterior da casa.

Esquadrias: As esquadrias presentes na casa, são relativamente simples, suas portas de entrada são de madeira, com verga em arco abatido, já as janelas são de guilhotina e suas folhas externas são em madeira.

Fachada: As fachadas das residências deste período, possuíam a mesma linguagem simples, horizontalidade, estática e peso, com o predomínio de superfícies cheias sobre elementos vazados de portas, janelas e paredes caiadas em branco, contrastando com as esquadrias coloridas.

No caso da casa rural de Viegas, sua fachada principal possui a orientação norte-nordeste, além de possuir também um certo tratamento mais complexo e requintado. Ela é marcada pela varanda alpendrada, que concede certa leveza a construção, compondo uma equilibrada trama vertical e alternando de forma equidistante as colunas e vãos. Seu alpendre estende-se por toda a fachada principal, possuindo colunas de tijolos, que recebem um tratamento da ordem toscana. No seu embasamento predominam os cheios, possuindo três portas de acesso ao porão.

Já suas fachadas secundarias são caracterizadas por possuírem vãos retangulares, sendo que na fachada lateral direita encontra-se a rampa de acesso à varanda frontal.

Capela: A capela de Nossa Senhora da Lapa, configura-se à esquerda da casa, ligada pela varanda, proporcionando uma entrada privada ao nível do coro. Esta capela é anexa e justaposta ao corpo da casa, sendo estas destacadas em relação ao volume da casa e também por suas feições, revelando o caráter religioso da construção. Ela apresenta uma maior complexidade em sua planta, dada pela presença sistemática da sacristia e do coro no pavimento superior, sobre o primeiro terço da nave, que foi possibilitado graças ao seu alto pé direito. Seus espaços são integrados em dois retângulos sucessivos, o primeiro, mais largo, destinado a nave única e o segundo, menor, para abrigar a capela-mor, conferindo um maior destaque para o altar.

Neste modelo particular de capela justaposta à casa, o acesso privado da família se dava da varanda ao coro, no qual funcionava como uma espécie de tribuna no pavimento superior da nave, que por sua vez, tinha um acesso independente no térreo para os demais fiéis.

Referências Bibliográficas Arquivo Noronha. Casa da Fazenda do Viegas, 13 jun. 1938. IPHAN. TELLES, Augusto Carlos da Silva. Monumentos tombados. In: Silva, Fernando – Nascimento et alii. Rio de Janeiro em seus quatrocentos anos; formação e desenvolvimento da cidade. Rio de Janeiro; 1965. BIENE, Maria Paula Van. A arquitetura das casas-grandes remanescentes dos engenho de açúcar no Rio de Janeiro setecentista. Rio de Janeiro, 2007. Geografia histórica do Rio de Janeiro (1502-1700). Rio de Janeiro: Andrea Jakobsson Estúdio & Prefeitura do Município do Rio de Janeiro, 2010. PEREIRA, Sonia Gomes. Espaço urbano e arquitetura no Rio de Janeiro: a procura de uma síntese do universo colônia português. In: Separata – Simpósio Internacional. Portugal: Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico; s/d. PUC-Rio (diversos autores). O Rio de janeiro no processo cultural do Brasil setecentista: Arquitetura, Artes Plásticas e Urbanismo. Revista Gávea 7. Número Especial. RJ: PUC-Rio;dez./1989 Referências PEREIRA, Sonia Gomes. Espaço urbano e arquitetura no Rio de Janeiro: a procura de uma síntese do universo colônia português. In: Separata – Simpósio Internacional. Portugal: Instituto Português do Patrimônio Arquitetônico; s/d. TELLES, Augusto Carlos da Silva. Monumentos tombados. In: Silva, Fernando – Nascimento et alii. Rio de Janeiro em seus quatrocentos anos; formação e desenvolvimento da cidade. Rio de Janeiro; 1965. BIENE, Maria Paula Van. A arquitetura das casas-grandes remanescentes dos engenho de açúcar no Rio de Janeiro setecentista. Rio de Janeiro, 2007.

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Fazenda de Santa Cruz

Um dos marcos da história do Brasil, essa antiga fazenda, localizada na Zona Oeste da cidade, no bairro de Santa Cruz, é uma das raízes do passado nacional.

Depois que Cristóvão morreu, a Marquesa Ferreira, esposa dele, doou as ricas terras para os padres jesuítas.

“Os Jesuítas juntaram essas terras doadas a outras e fizeram uma grande fazenda, um latifúndio, que tinha como referência uma grande cruz, então nasceu o nome Fazenda de Santa Cruz“, conta o historiador Maurício Santos.

As terras eram tão vastas que englobavam regiões como Guaratiba, Mangaratiba e iam até Vassouras, no Sul do estado do Rio de Janeiro. Era uma das mais desenvolvidas fazendas das Américas.

“Um dos símbolos da sofisticação da Fazenda de Santa Cruz nesta época é a Ponte do Guandu, ou Ponte dos Jesuítas, que foi erguida para conter as águas do Rio Guandu, em uma espécie de represa”, destaca Maurício Santos.

A Fazenda de Santa Cruz é considerada o berço da organização instrumental e coral do primeiro conservatório de música do país, pois lá se formaram grupos de escravos que tinham aulas de música para se apresentar em missas locais.

Com a expulsão dos Jesuítas de todas as regiões dominadas por Portugal, a Fazenda de Santa Cruz passou a ser posse da Coroa, se tornando Real Fazenda de Santa Cruz.

A Corte adotou o local como casa de veraneio e usava o Caminho Real para se deslocar da Quinta, em São Cristóvão, para a Real Fazenda de Santa Cruz. D. Pedro I e D. Miguel foram, praticamente, criados no local.

Quando voltou para Portugal, em 1821, D. João VI, que tanto gostava da Real Fazenda de Santa Cruz, estendendo por meses os finais de semana que passaria por lá, a viu se tornar Fazenda Imperial de Santa Cruz.

Foi na Fazenda Imperial de Santa Cruz que D. Pedro I passou a lua de mel com a princesa Leopoldina. Foi lá, também, que ele se reuniu com José Bonifácio antes de tomar a decisão de declarar a independência do Brasil, em 1822.

Já com D. Pedro II à frente do Brasil, a Fazenda Imperial de Santa Cruz ganhou o primeiro telefone do país, que fazia comunicação com Paço de São Cristóvão, isso em 1842, bem distante dos nossos muitos celulares.

Com o advento da República, a casa principal da Fazenda de Santa Cruz, que já havia sido convento de Jesuítas e residência imperial, passou a abrigar tropas do Exército Brasileiro.

Atualmente é sede do histórico Batalhão Escola de Engenharia. Cabe muita história por lá. Muita, mesmo.

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Pedra do Osso,”Jesus esta Chamando”

A Formação rochosa fica no Parque Estadual da Pedra Branca, no Núcleo Realengo, e faz parte da Trilha Transcarioca.

De acordo com o geólogo e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) José Carlos Sicoli Seoane, a pedra foi formada há mais de 500 milhões de anos.

 

Do alto, é possível enxergar uma vasta paisagem da cidade e arredores: Pedra da Gávea, Pedra Bonita, Barra da Tijuca e até da Serra dos Órgãos, na Região Serrana.

Duas horas de trilha

Só é possível chegar até a rocha fazendo uma trilha, que começa no núcleo Piraquara em Realengo, da Trilha Transcarioca. A dificuldade é moderada e a caminhada dura cerca de duas horas, em um ritmo normal.

O percurso começa no fim de um aqueduto e é praticamente toda em aclive. Como o bairro fica na região que registra as maiores sensações térmicas da cidade, a Zona Oeste, o sol e o calor são obstáculos a serem vencidos. No kit trilheiro, tem que ter garrafa d’água e algo para comer – barras de cereal e frutas são boas pedidas.

Na região a Pedra do Osso, também é conhecida como Sapato de Deus, que desafia a gravidade e se ‘equilibra’ na vertical.

Piraquara x Estrada dos Teixeiras
Distância: 4,8 km
Tempo de percurso: Aproximadamente 2h
Nível de dificuldade: Moderado
Destaques: Pedra do Osso, Pedra “Jesus Vem”, Aqueduto do Barata, Mirante da Piraquara, Pedra Rachada, vistas para o bairro de Realengo e Serra do Mendanha.
Horário: Das 8h às 17h
Entrada no parque: gratuita

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Vila Aliança

A VILA ALIANÇA NÃO E FAVELA

Vila Aliança (também chamada de V.A ou Vila por seus moradores) é uma localidade do município do Rio de Janeiro, que oficialmente faz parte de Bangu. Devido a circunstâncias históricas e culturais, a Vila Aliança é considerada por muitos como uma favela, ainda que seja totalmente urbanizada, tendo serviços de água, luz, esgoto e coleta de lixo.

A localidade possui diversos comércios, entre mercados, lojas de roupas, padarias, bares, sorveteria, loja de informática, loja de reparo de telefones, farmácias, hortifrúti e a Nave do Conhecimento da Vila Aliança.

Sua extensão é motivo de controvérsia, pois aos poucos, outras localidades próximas passaram a ser consideradas como parte da Vila Aliança, por seus moradores.

Em sua maior extensão, estaria localizada na divisa com o bairro de Senador Camará, entre as ruas Belila, Antenor Correia, Coronel Tamarindo e a Estrada do Taquaral.

Era 1902, e o engenheiro Pereira Passos assumia a Prefeitura do Rio de Janeiro, com o objetivo de acabar com a cidade infecta de tudo. Com isso, foi empurrando a população das encostas para a zona portuária e outras localidades que ainda não preocupavam. Anos mais tarde, em 1961, o presidente americano John Kennedy, dando seguimento à urbanização da cidade, idealiza a ALIANÇA PARA O PROGRESSO, projeto de cooperação técnica e financeira com países da América Latina com a clara intenção de impedir que revoluções como a cubana se espalhassem.

No Rio de Janeiro, o governo Carlos Lacerda utilizou esse apoio para criar três Sub-bairro: Vila Aliança e Vila Kennedy em Bangu , Cidade de Deus, em Jacarepaguá, que hoje em dia é um bairro desmembrado de Jacarepaguá, que agora responder como um bairro oficial. retirando as famílias do Morro do Pasmado no bairro de Botafogo, do Pinto e do Esqueleto, onde foi erguida a Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, no bairro do Maracanã com, a promessa de que seus filhos teriam vaga garantida, o que não ocorreu.

Na Vila Aliança a maioria do moradores vieram da favela extinta do Morro do Pasmado. No dia da remoção, bom parte dos moradores não queria sair do Morro do Pasmado, eles ficaram ate o fim, na hora da derrubadas e incendiados dos barracos tinha uma multidão na rua, foi aquela tristeza e a fumaça preta subindo, A maioria dos moradores foram então removidos para Vila Aliança em Bangu.

Em 20 de janeiro, dia do padroeiro da cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1964, foi fundada o Sub-bairro de Bangu a Vila Aliança pelo então governador Carlos Lacerda. O nome Vila Aliança, foi uma homenagem ao nome do projeta Aliança para o Progresso , é também porque ia faz uma aliança com a Vila Kennedy no mesmo bairro , Bangu.

Vila Aliança foi construídas com padrões arquitetônicos internacionais, com ruas amplas que mais pareciam grandes avenidas e ruas estreitas com características de vilas que integrariam a vizinhança, tudo com auxilio técnico ao operário e a pequena indústria visando fomentar o desenvolvimento econômico e social. Em 1892, do ramal ferroviário de Santa Cruz. Com isto, deslanchou-se firmemente um processo de urbanização que levou ao desenvolvimento da Vila Aliança, Vila Kennedy no bairro de Bangu, Padre Miguel e Senador Camará.

Vila Aliança em Bangu nasceram assim.

A Vila Aliança recebeu os moradores do Morro do Pasmado, no bairro de Botafogo, os moradores da extinta favela do esqueleto, onde foi erguida a Universidade do Estado da Guanabara, atual Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, no bairro do Maracanã, e uma pequena parte da Ladeira dos Tabajara no bairro de Copacabana .

NA VILA ALIANÇA

Na Vila Aliança, os nomes das ruas são nomes de profissões, em homenagem ao trabalhador brasileiro.

NO SAMBA

O bairro é berço Do bloco carnavalesco G.R.B.C.Boêmios de Vila Aliança que já chegou a desfilar no grupo de acesso do carnaval.

A escola sempre vinha disputando na categoria bloco carnavalesco obtendo boas classificações. se inscreveu-se na AESCRJ para disputar o grupo de acesso desfile angus anos no acesso. Infelizmente o Boêmio Da Vila Aliança acabou depois de uma administração (do último presidente) terrível, que dilapidou o patrimônio do Boêmio. tentaram voltar com o Boêmio, mas pela dívida é o desfalque que a última administração deixou junto a Liesa, certamente decreta o fim perpétuo do Boêmio Da Vila Aliança. 2011 O Recomeço Hoje em dia o Boêmio volto a ser um bloco carnavalesco que só desfila nas ruas do seu bairro Vila Aliança em Bangu, sonhado a volta ser grande novamente para ir desfila na Av. Rio Branco.

No início do ano a Vila Aliança na Zona Oeste do Rio de Janeiro, completa mais um ano de fundação. A data oficial de seu nascimento é o dia 07 de janeiro de 1961.

Porém, a história desse lugar remonta a um tempo ainda mais antigo.

A Vila Aliança, surge com processo de remoção de Favelas de Regiões da Cidade do Rio de Janeiro, para regiões mais afastadas da cidade assim criando os bairros das Áreas mais periféricas do Rio.

No caso os moradores da Vila Aliança vieram do Morro do Pasmado (Botafogo), Morro do Pinto (Santo Cristo) e da Favela do Esqueleto (onde hoje se localiza a UERJ). Nesse processo, foram criadas a Vila Aliança e a Vila Kennedy, ambas no bairro de Bangu.

Esses conjuntos habitacionais foram parte do projeto chamado “Aliança para o Progresso”, desenvolvido pelo presidente norte-americano John Kennedy em parceria com outros países. A alegação era se tratar de um apoio internacional para a melhoria de vida das populações mais pobres.

Contudo, sabemos que havia outros interesses por trás desse dito gesto de caridade: além do processo de gentrificação das áreas nobres da cidade, o presidente dos EUA estava receoso com a ameaça comunista que se espalhava pela América Latina, sobretudo após a Revolução Cubana de 1959. Não é à toa que a Vila Kennedy ganhou uma réplica da Estátua da Liberdade, além do nome do presidente, como uma forma de “divinização” do modelo capitalista americano.

Presente de abandono

Hoje, a Vila Aliança é conhecida apenas pelas notícias ruins: tráfico de drogas, operações policiais e descaso geral nos serviços públicos por parte dos governantes. Apesar disso, a história da comunidade sempre foi de resistência e luta, antes e depois de sua criação. Antes de virar bairro, a área era um grande terreno que pertencia aos donos da Fábrica Bangu. Ela foi planejada para receber os trabalhadores deslocados. À medida que a população foi crescendo, os serviços públicos não receberam os devidos investimentos.

Os moradores mais antigos ainda lembram de como se deram os enfrentamentos para o surgimento do bairro e as lutas seguintes. Muitos afirmam que os donos da fábrica buscavam comprar as lideranças religiosas para que estes não permitissem que os moradores fossem ocupando as outras ruas da Vila. Porém, aqueles que já tinham sido deslocados conheciam na pele a dor de serem expulsos de seu lar, construído com tanto esforço.

Além de seus ocupantes, que sempre foram batalhadores, a Vila contava com grandes expressões artísticas locais, como, por exemplo, a Festa Junina Frevo Mulher e os Blacotas, além do Grêmio Recreativo Bloco Carnavalesco Boêmios de Vila Aliança. Ja teve time campeão na Taça das Favelas.

Todo o bairro de Vila Aliança é a história viva da luta dos trabalhadores. Por isso é tão simbólico para os moradores o fato de que as ruas centrais possuem nomes de profissões, como as ruas do Farmacêutico, do Alfaiate, do Florista, do Granjeiro, do Eletricista, do Mensageiro, entre outras.

Hoje, a comunidade se encontra abandonada pelos governantes, como a maioria dos bairros operários e favelas do Rio de Janeiro.

É muito importante resgatar as histórias de luta dessa gente guerreira, aprender com o passo e nos organizarmos para construir uma vida mais digna para esse povo tão forte, alegre e trabalhador.