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G.R.E.S. Mocidade de Padre Miguel – 1955

Maracanã do Samba

Principal agremiação do bairro, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel foi criado em 10 de novembro de 1955, com as cores verde e branca, a partir de um time de futebol amador, o Independente Futebol Clube.

Seu primeiro desfile aconteceu no carnaval seguinte. Três anos depois, a bateria da escola já se destacava, graças à famosa “paradinha” lançada por Mestre André e logo copiada por outras escolas de samba.

Em 2012, a Mocidade inaugurou sua nova quadra, que fica na Avenida Brasil, 31.146 no Bairro de Padre Miguel e é a maior da cidade.

Com capacidade para 12 mil pessoas, recebeu o apelido de Maracanã do Samba.

Mas a escola de samba não é a única do bairro: em branco e vermelho, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Padre Miguel foi fundado em 12 de novembro de 1957.

Muitos dos sambistas da região têm sua história pessoal ligada ao conjunto residencial Cardeal Dom Jaime Câmara, o maior do estado e que, durante anos, foi também o maior da América Latina. Localizado entre os bairros de Padre Miguel e Bangu, é considerado um sub-bairro. Construído durante a gestão do governador Carlos Lacerda (1960-1965), o conjunto recebeu parte da população removida de favelas do Leblon, Lagoa e Maracanã. Em um conjunto vizinho ao Jaime Câmara, do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI), fica um dos centros de cultura mais representativos da Zona Oeste: o Ponto Chic. Considerado pela Prefeitura um Ponto Carioca, o Ponto Chic é, na verdade, a concentração dos moradores na Rua Figueiredo Camargo para curtir, além do samba nos ensaios da Mocidade Independente, outros movimentos culturais de resistência. Como o baile charme, estilo assim batizado pelo DJ Corelo, nos anos 1980, sendo uma vertente mais melódica do soul norte-americano. O evento acontece há 16 anos no segundo sábado do mês, a partir das 15h, com classificação livre e entrada gratuita. A festa Dinossauros da Black Music atrai, ainda, os fãs de hip-hop e de soul music. Fora os ensaios dos blocos de carnaval das cercanias, como o 10+ Malandros.

A primeira apresentação da Mocidade, restrita às ruas da região, aconteceu no Carnaval de 1956. A partir de 1959, sua bateria, ao apresentar a tradicional “paradinha” desenvolvida com desenvoltura por Mestre André, se transformou em uma das grandes atrações do Carnaval Carioca.

Em 1979, a escola conquistaria seu primeiro título de Campeã do Grupo 1 com o enredo “Descobrimento do Brasil”. Sua quadra fica próxima ao viaduto de Padre Miguel, construído na década de 1990, e à comunidade Vila do Vintém – também conhecida como comunidade Moça Bonita – originalmente uma área vazia, pantanosa e com matagal, cujo início de ocupação ocorreu por volta de 1920.

Avenida Brasil, 31.146- Padre Miguel

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A História do Bangu Atlético Club

A história do Bangu Atlético Clube começa realmente em fins do século XIX. Dentro da Fábrica Bangu, técnicos ingleses, recém chegados, falaram do futebol. Os filhos da terra ficaram empolgados com a narrativa dos bretões, sobre a nova modalidade desportiva. Das conversações, nasceu a ideia de fazer-se um “field”. “Field” era como os ingleses denominavam o campo de futebol. Mas… e as bolas? Já havia uma trazida pelo técnico Thomas Donohoe, ou melhor, seu ‘Danau” (essa bola ao que tudo indica, foi a primeira bola de futebol da Cidade Maravilhosa).

Era da Inglaterra que vinha o equipamento industrial da Fábrica, dentro de enormes caixas de madeira. Alguém foi a Londres a serviço da Fábrica. Eis que um dia ao ser aberta, na Fábrica, uma dessas Caixas, encontrou-se bem camuflado, um pacote contendo uma bola de couro para a prática do futebol, novinha, com bomba e tudo para enchê-la e alguns pares de chuteiras.

Ao iniciar-se pois, o século XX, já se praticava o futebol em Bangu, em uma área cedida pela Companhia Progresso Industrial do Brasil e que seria, como foi, um campo provisório, localizado bem ao lado direito das salas de trabalho então existentes.

Em dezembro de 1903, retornando de um passeio que fizera a sua terra natal, a Inglaterra, o Sr. Thomas Donohoe trouxe mais duas bolas de futebol.

Sentindo o entusiasmo que despertava em todos, o novo jogo o Sr. Andrew Procter sugeriu a fundação de um “club”. Após uma reunião preparatória, na qual tomaram parte os Srs. Andrew Procter, John Starck, José Villas Boas, Thomas Donohoe, Clarence Hibbs, Willian French, Willian Procter, Martinho Dumiense, José Medeiros, José Soares, Frederich Jacques e Thomas Hellowell, quando se decidiu, definitivamente, fundar-se o “club”, dias após, precisamente a 17 de abril de 1904, na casa nº 12 da Rua Estevão (depois Rua Ferrer e hoje Av. Cônego Vasconcelos) foi, oficialmente, fundado o Bangu Atlético Clube, com a presença dos Senhores. Andrew Procter, Clarence Hibbs, Frederich Jacques, John Starck, José Soares, Segundo Maffeu, Thomas Hellowell, William French, William Hellowell e William Procter.

Deixaram de constar na Ata de fundação os nomes de Thomas Donohoe, José Villas Boas e James Hartley. Acreditamos, todavia, que os referidos senhores terão deixado de assiná-la por algum lapso ou porque motivo relevante os tenha impedido de comparecer a essa histórica reunião. Cremos que por justiça, deverão eles serem considerados como fundadores do Bangu Atlético Clube. Seus nomes figuram, aliás, como Vice-Presidente e Membros do Conselho Fiscal da Diretoria então eleita.

Ata da fundação do clube (de acordo com o texto original)

Aos 17 de abril de 1904, na casa nº 12 da Rua Estevão, com a presença dos seguintes Senhores: John Starck, Fred Jacques, Clarence Hibbs, Thomas Hellowell, José Soares, William Procter, William Hellowell, William French, Segundo Maffeu e Andrew Procter, fundou-se um Club Athletic sob a denominação de “BANGU ATHLETIC CLUB”.

Foi convidado de presidir o meeting Sr. John Starck, servindo de Secretário o Sr. Andrew Procter. O Presidente expôs os fins do Club que serão os jogos de “Foot-ball”, “Cricket”, “Lawn Tennis” e outros jogos variados.

Foi proposta pelo Sr. Jacques que a entrada de sócios seja de $2000 e que a mensalidade é de $1000 pagável no dia 1º de cada mês que foi adotado unanimemente. Foi decidido que as cores serão branca e encarnado e o Sr. Stack foi convidado de falar com o Diretor da Fábrica, afim de arranjar o pano necessário para fazer o fardamento do Club. Foram eleitos para servirem na Diretoria para o primeiro ano os seguintes Senhores: Presidente Honorário João Ferrer Presidente William French Vice Presidente Thomas Donohoe Secretário e Tesoureiro. Andrew Procter Conselho Fiscal José Villas Boas, James Hartley e José Soares Cap of “Foot-ball” John Starck Cap of “Cricket” Thomas Hellowell Cap of “Lawn Tennis” Fred Jacques

Ficou resolvido que será jogado um match entre os teams do Capitain e Secretario, no domingo dia 24 deste mês. Jogo para principiar às 4 horas da tarde.

O Secretário foi autorizado de anunciar a formação do Club nos jornais e também anunciar na Fábrica, convidando os rapazes de entrar como sócios. Quem quiser dará o seu nome ao Secretário. Foi convocado para domingo 24 uma nova reunião da Diretoria afim de tratar dos assuntos do Club.

Não havendo mais nada de tratar foi dissolvida a assembléia na maior harmonia. (a) – John Starck – José Soares – Fred Jacques – Thomas Hellowell e Andrew Procter.

17 de Abril de 1904

Fonte: Revista Bangu e Suas Glórias – Ano I – novembro de 1981

A “cancha encantada da Rua Ferrer”, como dizia o locutor Ary Barroso foi feita em linha paralela ao terreno da Fábrica Bangu pelo Diretor-Gerente da Companhia e Presidente Honorário do Bangu, João Ferrer, em tempo recorde para que o Bangu pudesse participar do 1º Campeonato Carioca de futebol, pois antes o clube jogava em uma área dentro da Fábrica.

A estréia ocorreu no dia 13 de maio de 1906, com o jogo amistoso Bangu 2 x 0 Riachuelo. Uma semana depois, o Bangu estaria jogando oficialmente contra o Football and Athletic pelo Campeonato Carioca.

As arquibancadas da Rua Ferrer sofreram um incêndio em 1936, antes de uma partida entre Bangu e Madureira, que não chegou a acontecer. E foi reconstruída para o ano seguinte, sendo reinaugurada em 23 de maio de 1937. Na rua Ferrer, atrás do campo, ficava a sede social do Bangu, o famoso Pavilhão.

O campo durou até 1943, a partir de 1944 foram proibidas partidas lá. A Fábrica iria vender a área onde ficava o campo (bem no centro de Bangu e portanto, com alto valor comercial). Construiu-se um novo campo (o de Moça Bonita, inaugurado em 1947). Mas, o maravilhoso gramado da Rua Ferrer (com grama inglesa), as luxuosas arquibancadas de madeira e todas as confusões que os apaixonados torcedores faziam ali, isto ficou. Principalmente nas lembranças de quem lá esteve.

Estádio Proletário Guilherme da Silveira Filho

As expectativas otimista do Dr. Silveirinha no início das obras no campo de Moça Bonita, em 1945, não se realizaram. Prometia ele, que já em 1946, o time poderia jogar no novo estádio. Porém, como acontece nas grandes obras, o prazo passou e a inauguração acabou ficando para 1947. Mais uma vez, e isso desde 1944, o Bangu tinha que atuar longe de sua torcida. Grande parte da força do Bangu vem do seu mando de campo. Jogar no campo da Rua Ferrer era um martírio para os adversários, próximo àquelas arquibancadas luxuosas, bem trabalhadas em ferro e madeira, o alvirrubro era mais forte que qualquer adversário.

Na saudosa Rua Ferrer de tantas partidas legendárias e de confusões memoráveis, o Bangu fez sua história nos primeiros 40 anos de sua vida. Agora, teríamos uma nova casa, moderna, segura, ampla e que atendia todas as exigências dos grandes jogos de futebol que vínhamos tendo. E precisávamos fazer do novo estádio de Moça Bonita, o que a Rua Ferrer representou, um motivo de orgulho para nossos jogadores e um local onde a torcida fizesse valer o seu amor ao clube.

Atuando fora de casa em todos os jogos, o clube fez campanha razoável nos dois campeonatos que eram disputados nesta época: o Torneio Municipal e o Campeonato Carioca. Em Bangu todos sabiam que um desejo do Dr. Silveirinha era que após a construção do campo, fosse montada uma grande equipe para pisar naquele gramado. Então faltava pouco para termos outros esquadrão, como aquele que encantou a cidade na década de 30.

Durante o ano de 1946, as obras para a conclusão do novo estádio do Bangu continuaram a todo vapor. Os sem-estádio. Jogadores do Bangu na temporada de 1946 sofreram por não poderem jogar próximo à torcida.

Bangu Atlético Clube

Fundado em 1904, o clube foi campeão do primeiro campeonato disputado por equipes profissionais de futebol em 1933, campeão Carioca de 1966, vice-campeão Brasileiro em 1985 e Campeão Mundial de 1960. Mas sua história começa bem antes, no final do século XIX, quando britânicos que trabalhavam na Fábrica Bangu despertaram o interesse dos locais com a narrativa sobre uma modalidade desportiva até então desconhecida. Com bolas trazidas da Inglaterra junto com o equipamento industrial, os jogadores que correram pelo campo provisório montado pela fábrica e depois fundaram o clube são considerados precursores da história do futebol no Brasil.

O Bangu foi o primeiro clube do mundo a dar a volta olímpica no Maracanã.

Batendo o Vasco na final do Torneio Início, o torneio que sempre acontecia antes do início do Campeonato Carioca, por isso este nome.

Na foto Zizinho, o então melhor jogador do mundo com a taça.

Bangu, o primeiro clube a ser campeão no gramado do Maracanã.

Torneio Início, o primeiro torneio da história do Maracanã entre clubes. Lá estavam todos os times do Campeonato Carioca daquele ano.

O Bangu venceu o Vasco por 3 a 2 na final, o que fez do Bangu o primeiro campeão do estádio, e o Vasco o primeiro vice.

Ficha Técnica: Domingo, 30 de julho de 1950. Bangu 3 x 2 Vasco Competição: Torneio Início (Final)

Local: Maracanã (RJ) Juiz: Carlos de Oliveira Monteiro Público: 46.359

Fundado em 1892, foi sede da antiga Sociedade Musical Progresso de Bangu e esteve abrigado em edifício construído pela fábrica na Rua Ferrer n° 127 – atual Rua Cônego de Vasconcelos.

Em 1929, uma briga judicial devolveu o imóvel à fábrica, e o Casino acabou fixando sua sede na Rua Fonseca, n° 534, onde permanece até os dias atuais.

Ano que vem a Fábrica Bangu e o Bangu AC completam 130 anos em 2019

No dia 6 de fevereiro de 1889 era fundada a Fábrica Bangu, essa data é simbólica, pois considero que o Bangu Atlético Clube nasceu nesta data também.

Assim como a Fábrica Bangu teve sua inauguração em 8 de março de 1893, o Bangu AC só foi oficializado em 17 de abril de 1904.

Mas tanto o clube quanto a fábrica já existiam de fato desde 1889.

Os dois são uma coisa só, por muitos anos o Bangu ainda carregou a logomarca da fábrica no peito. Isso tira qualquer dúvida!

Peço que o clube, o shopping, e a comunidade banguense como um todo não deixe essa data passar em branco no ano que vem, faltam poucos meses para os 130 anos do nosso clube e fábrica!

Emblema do antigo mascote do Bangu, o operário.

O primeiro mascote do Bangu foi o operário, sempre simbolizado por um homem segurando alguma ferramenta, depois do operário tivemos a Miss Bangu, mas sem apelo.

Nos anos 1950 nosso símbolo passou a ser o Milionário uma alusão a Dr Silveirinha, por fim o Castor de Andrade coloca o Castorzinho na camisa e consagra o atual mascote.

 

Avenida Cônego de Vasconcelos, 549 – Bangu
https://www.bangu-ac.com.br/

Fundado em 1904, o clube foi campeão do primeiro campeonato disputado por equipes profissionais de futebol em 1933, campeão Carioca de 1966, vice-campeão Brasileiro em 1985 e Campeão Mundial de 1960. Mas sua história começa bem antes, no final do século XIX, quando britânicos que trabalhavam na Fábrica Bangu despertaram o interesse dos locais com a narrativa sobre uma modalidade desportiva até então desconhecida. Com bolas trazidas da Inglaterra junto com o equipamento industrial, os jogadores que correram pelo campo provisório montado pela fábrica e depois fundaram o clube são considerados precursores da história do futebol no Brasil.